sexta-feira, 16 de abril de 2010

Problemas da Criação #07



Uma má escolha de palavras...

Já ficou tão empolgado com uma idéia que alardeou ela para Deus e todo mundo e no final, não era algo tão revolucionário assim?
Muitas vezes isso acontece quando se anunciamos uma história que virá para deixar certa expectativa para quem irá apreciar o trabalho. Isso é uma questão mais para a propaganda (ou marketing como preferir) do que criar uma simples história, você tem que “vender o seu peixe” ou estará fadado a publicar para os fantasmas da sua imaginação.
Mas até que ponto eu posso falar se minhas histórias são boas ou obras primas?
No meu caso, tento ser o mais autentico possível enfatizando o conteúdo, seja comédia, aventura ou drama.
Tento evitar coisas tipo “as histórias mais engraçadas de todos os tempos” ou “uma nova visão dos quadrinhos”. Isto soa um pouco megalomaníaco para mim.
Em Debiloid’s eu esculacho totalmente tudo que é referente a este blog, pois creio que as pessoas compreendam que estou sendo sarcástico e que se interessem pelo humor das histórias. Aposto que se dissesse “as histórias mais engraçadas de todos os tempos” e os leitores vissem uma seqüência de tiras pouco inspiradas, iam me mandar pra pqp e nunca mais voltariam ao blog.
O pior é quando você não tem o controle disso, ou seja, entrega tudo para publicitários que querendo mostrar a que veio exageram na defesa de seu cliente o elevando a um patamar acima do que realmente o é.
E quando você consegue fãs? Muitas vezes eles ajudam em outras atrapalham quando põe o seu alvo de adoração acima de qualquer outra coisa. Por exemplo, você odeia mais Naruto ou odeia os fãs de Naruto ou simplesmente odeia a popularidade em cima de Naruto? Pense nisto.

O que realmente me motivou a escrever este texto foi o anuncio da editora Panini sobre uma grande mudança em seu segmento de quadrinhos de heróis dita como “revolucionária” que na verdade é apenas uma redução de paginas e valores pelas revistas mensais e a criação de títulos mais caros.
Foi obviamente uma péssima escolha de palavras a meu ver, além de colocarem sem necessidade o adjetivo “revolucionário”, fizeram mistério em torno disso como se a editora tivesse grandes concorrentes, já que é a única nesse seguimento no mercado. Nesta semana, no Omelete li a entrevista com o editor Helcio de Carvalho, falando sobre as dificuldades e necessidades da tal mudança.
Sinceramente, me acalentaram um pouco, só não posso dizer o mesmo aos leitores que se sentiram lesados com tudo isso, muitos preferem mudanças reais e mais justas das que foram ditas e o que aconteceu não foi nenhuma revolução, foi um retrocesso decepcionante... Em contra partida, eu compro exatamente os mixes que "baixaram" de valor (1,00 R$ pouco, né?) o que não me afetam muito. Tirando é claro, “Avante Vingadores” que vai ser bimestral e pelo jeito deixarei de comprar.
Outra vantagem pode repousar no conteúdo dos mixes, já que tirarão as historias sem importância.
Nem entrarei no mérito de estar perdendo ou ganhando dinheiro com isso, pois compraria essas revistas de qualquer jeito, a não ser que a distribuição dos mixes fosse bizarra e todas custassem R$15 reais o que não aconteceu, eu seria hipócrita se reclamasse disso.
Mas, mesmo assim, deixou-se um amargo na boca essa tal de “revolução” nem tão revolucionária, fica-se claro que uma oportunidade foi perdida. Apesar de minha condição cômoda, estou preocupado com os demais leitores que ainda estão insatisfeitos.

Lembro quando Watchmen foi filmado e o cartaz do filme referiu o diretor do filme como “visionário” e os fãs desceram a lenha na película, pois, não saiu como esperavam. Além disso, o diretor, não querendo usar um final já conhecido para quem leu a obra, mudou alguns aspectos da história e ainda se referiu a isso como um final mais “elegante”, ofendendo fãs mais exaltados. Arrogância? Pode ser, é o poder da empolgação.



Humildade e honestidade são bons princípios. Antes de dizer qualquer coisa, pare e pense antes de se auto-referir ou quiser mostrar alguma coisa. Pode ser revolucionário para você, mas nem todos são impressionáveis quanto se pensa. Pesquise, ouça outras opiniões.
O público é frio e cruel, não esta nem ai para você, não vão te ajudar ou dar conselhos, apenas te aceitar ou te rejeitar. Eles não aceitam erros porque sofrem com eles.

Pronto! Mais um fabuloso texto do visionário Rogério DeSouza!

OPS! Desculpem... É a empolgação...


Vejam mais sobre o assunto nestes links

Universo HQ entrevista com Helcio Carvalho

Duas matérias opinativas do Melhores do Mundo:

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/04/14/consideracoes_sobre_o_informe_publicitar/#more41608://

e

http://www.interney.net/blogs/melhoresdomundo/2010/04/15/omelete_panini_e_as_d/#more41612

Um comentário:

  1. É bem por aí, moço. Até disse no HEROES HQ MOVIES (do Isma-El Kavalera), sobre essa politicagem, algo do tipo:
    "As mudanças editoriais de sempre" e "Sou 'quase velho', parei de comprar revistas mensais". É... Banquei o "crítico xaropaço". XD

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